Lauri Blank







O meu (SEU)
                         Corpo



    O seu corpo me cobre e protege
Aos poucos sinto o encaixar de suas pernas
e o tocar intumescido dos seios sobre o meu peito.
Então suspiro...
Choro e respiro fundo buscando o ar que me foge.

Sua pele é macia como as nuvens,
Seus cabelos se entrelaçam em meus dedos e me agarram como se
          soubessem o que sinto e desejo.
Minhas mãos perdem as forças com o seu perfume e olhar de faca
          que joga sobre mim.
Perco o poder sobre os nervos, que iniciam uma algazarra com o corpo
          que, rendido, torna-se inerte observando-lhe com respeito,
          admiração, desejo e pudor.
Pudor que ofusca o que aos poucos se rende ao toque das mãos e o
          Descansar dos olhos sobre o corpo alheio.

Rapidamente nossos corpos se movimentam...
Despojado de minha alma, o corpo geme. A alma volta a vagar
Alma que esforço por tocar, estou à procura de mim e de ti.

Após um longo e gritante silêncio...
aos poucos o coração retoma o trabalho rotineiro,
os corpos confundidos e compactos em um só espaço
descansam, amam e veneram o que somente Deus presenciou.

Logo adormecemos e despertado pelo tempo...
...não acredito que o amor está em mim...
e aumenta através de um corpo que não mais me pertence.


Lúcio Alves de Barros.

2 comentários:

Alminha Iluminada disse...

Esta poesia me encantou! Parabéns!

Ana Paula Garcia disse...

Tudo maravilhoso e emocionante. Pura Arte, que eu amo de paixão! Poesia que toca na alma e a música é gostosa de ouvir.
Parabéns a Lauri Blank, Lúcio Alves de Barros e a você que elabora este blog. Amei!!!