Cabeça de fauno
Na folhagem, estojo verde de ouro manchado,
Na folhagem incerta e florida
De esplêndidas flores onde o beijo dorme,
Vivo e rasgado o precioso bordado,
Um fauno assustado mostra os seus olhos
E morde as flores vermelhas com seus dentes brancos.
Moreno e sangrento como um vinho velho
O seu lábio estoura em risos sob os galhos.
E quando fugiu — feito um esquilo —
O seu riso treme ainda em cada folha,
E vê-se amedrontado por um grilo
O Beijo de ouro do Bosque, que se recolhe.
Arthur Rimbaud
Nenhum comentário:
Postar um comentário