William Blake



"Se as portas da percepção estivessem limpas, tudo apareceria para o homem tal como é: infinito."
“Aqueles que reprimem o desejo assim o fazem porque o seu desejo é fraco o suficiente para ser reprimido.”
“O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria.”
“Prisões se constroem com pedras da Lei; Bordéis, com tijolos da Religião.”
“Dize sempre o que pensas e o vil te evitará.”
“O fraco em coragem é forte em astúcia.”
“Como o ar para o pássaro, ou o mar para o peixe, assim o desprezo para o desprezível.”
“A verdade jamais será dita de modo compreensível, sem que nela se creia.
Suficiente! ou Demasiado.”
“Aquele que deseja e não age engendra a peste.”
“Aquele cuja face não fulgura jamais será uma estrela.”
William Blake
William Blake

William Blake (1757-1827)
Poeta, pintor e ilustrador inglês. Bem a frente de seu tempo, William Blake viveu toda a sua vida à beira da pobreza e morreu sem ter o devido reconhecimento. Quando criança, Blake desejava ser um pintor. Ele estudou desenho e aos 14 anos foi aprendiz do ilustrador James Basire. Blake começou a escrever poesias aos 12 anos e desenvolveu o hábito de ilustrá-las. Desenvolveu um método chamado "Impressão Iluminada", onde utilizava uma mesma matriz de cobre para desenhar e imprimir o texto de seus poemas.
Não é possível dissociar a poesia de Blake de sua obra gráfica e plástica. Combinou as linguagens literária e visual numa obra marcada por forte misticismo e erotismo.
Blake casou-se aos 25 anos com Catherine Boucher. Juntos trabalharam e produziram uma edição dos poemas de Blake, chamados de "Cantos da Inocência" em 1789, utilizando o processo de impressão iluminada. Catherine imprimia, coloria as figuras e encadernava os volumes. Nestes trabalhos, Blake contrapôs a beleza da natureza à feiúra do materialismo. Os livros vendiam pouco, e eram muito baratos.
Os temas das ilustrações de Blake consistiam geralmente de temas religiosos, como nas ilustrações de John Milton, seu poeta favorito (embora rejeitasse seu puritanismo) e ilustrações da Bíblia (21 gravuras do livro de Jó). Embora religioso, Blake rejeitava a moral da época e a igreja institucionalizada. Acreditava na santidade da liberdade sexual, que via como um caminho para a beleza e a inocência. Entusiasta da Revolução Francesa, foi um grande crítico dos males causados pela Revolução Industrial.
Blake fez muitas ilustrações para outros artistas que ficaram com os créditos e lucros. Ele morreu pobre e admirado por poucos em 1827 deixando incompleto um ciclo de gravuras que ilustrariam a Divina Comédia de Dante.
William Blake morreu em Londres em 12 de agosto de 1827.




A IMAGEM DIVINA
Ao Perdão, Piedade, Paz e Amor,
Todos clamam na aflição:
E para essas virtudes prazerosas
Afirmam sua gratidão.
Pois Perdão, Piedade, Paz e Amor,
É Deus nosso Pai querido:
E Perdão, Piedade, Paz e Amor,
É o homem, seu filho, a quem cuida.
Que o Perdão tem um coração humano,
A Piedade, uma face humana,
E o Amor uma forma divina,
E a Paz, os trajes humanos.
Então todo homem em todo lugar,
Que ora em sua tristeza,
Está orando à forma humana divina.
Perdão, Piedade, Paz e Amor.
E todos devem amar a forma humana,
Seja em pagãos, turcos ou judeus.
Pois onde Perdão, Piedade, Paz e Amor habitam,
Deus reside ali, também.
William Blake




O Torrão e o Seixo
"O Amor jamais a si quer contentar,
Não tem cuidado algum como o que é seu;
Sacrifica por outro o bem-estar,
E, a despeito do Inferno, erige um Céu"
Esse era o canto de um Torrão de Terra,
Pisado pelas patas da boiada;
Mas um Seixo, nas águas do regato,
Modulava esta métrica adequada:
"O Amor somente a si quer contentar,
Atar alguém ao próprio gozo eterno;
Sorri quando o outro perde o bem-estar,
E, a despeito do Céu, ergue um Inferno."
William Blake