“A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam.”
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Auguste Rodin
"É difícil para mim discutir meu próprio trabalho; como a caligrafia, é algo que, a esta altura, é simplesmente uma parte de mim.
"As pessoas sempre me perguntam: O que te inspira a pintar? “ou” Qual é o significado de suas pinturas?
“Bem, meu trabalho é em grande parte inspirado pela música, viagens e experiências pessoais. Cada pintura pode colocá-lo em outro mundo, no meio de uma história, ou simplesmente ser a expressão em símbolos dos meus sentimentos.
As cenas no meu trabalho acontecem no crepúsculo da manhã ou nos últimos raios da noite, a fronteira entre o dia e a noite, dormir e acordar, esfumaçando a distinção entre a realidade e os fantasmas da imaginação.
Eu quero convidar o espectador para um mundo que é ao mesmo tempo familiar e desconhecido, o mundo do inconsciente e as paisagens do sonho, onde há um alegre desrespeito das leis da realidade cotidiana, e onde as imagens podem ser carregadas com um significado subjetivo que permanece enigmático e meio apenas compreendido.
As pessoas nas minhas pinturas são principalmente um símbolo para mim e refletem - claro! - todo o meu poder e também toda a minha fraqueza. Mas, acima de tudo: calor emocional, a paixão pela vida e intensidade. E às vezes eles são embaixadores de amor e honestidade, de tolerância e abertura”.
Anjo és tu, que esse poder Jamais o teve a mulher,
Jamais o há-de ter em mim.
Anjo és, que me domina
Teu ser o meu ser sem fim;
Minha razão insolente
Ao teu capricho se inclina,
E minha alma forte, ardente,
Que nenhum jugo respeita,
Covardemente sujeita
Anda humilde a teu poder.
Anjo és tu, não és mulher.
Anjo és. Mas que anjo és tu? Em tua fronte anuviada
Não vejo a c'roa nevada
Das alvas rosas do céu.
Em teu seio ardente e nu
Não vejo ondear o véu
Com que o sôfrego pudor
Vela os mistérios d'amor.
Teus olhos têm negra a cor,
Cor de noite sem estrela;
A chama é vivaz e é bela, Mas luz não tem. – Que anjo és tu? Em nome de quem vieste?
Paz ou guerra me trouxeste
De Jeová ou Belzebu?
Não respondes- e em teus braços Com frenéticos abraços
Me tens apertado estreito!...
Isto que me cai no peito
Que foi?...-Lágrimas?-Escaldou-me...
Queima, abrasa úlcera... Dou-me,
Dou-me a ti, anjo maldito,
Que este ardor que me devora
É já fogo de precito,
Fogo eterno, que em má hora
Trouxeste de lá... De onde?
Em que mistérios se escondem
Teu fatal, estranho ser!
Anjo és tu ou és mulher?
Almeida Garrett
João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu no Porto a 4 de Fevereiro de 1799. No período de sua adolescência foi viver para os Açores, na Ilha Terceira, quando as tropas francesas de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal e onde era instruído pelo tio, D. Alexandre, bispo de Angra. Foi também aí que engravidou sua companheira Luisa Castelo. De seguida, em 1816 foi para Coimbra, onde acabou por se matricular no curso de Direito. Em 1821 publicou O Retrato de Vénus, trabalho que fez com que lhe pusessem um processo por ser considerado materialista ateu e imoral. É também neste ano que ele e sua família passam a usar o apelido de Almeida Garrett.
Após o golpe de 1822, no qual o liberalismo foi derrotado, Garret partiu para o exílio na Inglaterra, de onde regressou somente em 1826. Durante o exílio Garret, influenciado pelas obras de Walter Scott e Lord Byron, compôs os poemas "Camões" e "Dona Branca". Essas obras foram publicadas em 1824 e são consideradas o marco inicial do Romantismo em Portugal.
Garret voltou a Portugal em 1832 integrando o exército de D. Pedro no cerco à cidade do Porto. Entre 1833 e 1836, foi cônsul geral na Bélgica.
Após a Revolução de Setembro foi encarregado de organizar um plano de um teatro nacional, que veio a promover.
Em 1851 recebeu o título de Visconde de Almeida Garrett. Da sua vasta obra literária destacam-se a peça de teatro "Frei Luís de Sousa" (1844), o romance "Viagens da Minha Terra" (1846) e a coletânea de poemas líricos "Folhas Caídas" (1853).
A rosa É formosa
Bem sei.
Porque lhe chamam – flor
D'amor,
Não sei.
A flor, Bem de amor
É o lírio;
Tem mel no aroma, – dor
Na cor
O lírio.
Se o cheiro É fagueiro
Na rosa;
Se é de beleza – mor
Primor
A rosa:
No lírio O martírio
Que é meu
Pintado vejo: – cor
E ardor
É o meu.
A rosa É formosa,
Bem sei...
E será de outros flor
D'amor...
Não sei.
Este inferno de amar – como eu amo! Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é vida – e que a vida destrói.
Como é que se veio atear,
Quando – ai se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra: o passado, A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… foi um sonho.
Em que a paz tão serena a dormi!
Oh! Que doce era aquele olhar…
Quem me veio, ai de mim! Despertar?
Só me lembra que um dia formoso Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus. Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei; Mas nessa hora a viver comecei…
Creio em ti, Deus: a fé viva De minha alma a ti se eleva És: - o que és não sei. Deriva Meu ser do teu: luz... e treva, Em que - indistintas! - se envolve Este espírito agitado, De ti vem, a ti devolve. O nada, a que foi roubado Pelo sopro criador Tudo o mais, o há-de tragar. Só vive de eterno ardor O que está sempre a aspirar Ao infinito donde veio Beleza és tu, luz és tu. Verdade és tu só. Não creio Senão em ti; o olho nu Do homem não vê na terra Mais que a dúvida, a incerteza, A forma que engana e erra. Essência! a real beleza, O puro amor - o prazer Que não fatiga e não gasta... Só por ti os pode ver O que inspirando se afasta, Ignoto Deo, das ronceiras, Vulgares turbas: despidos Das coisas vãs e grosseiras Sua alma, razão, sentidos, A ti se dão, em ti vida, E por ti vida tem. Eu consagrado A teu altar, me prostro e a combatida Existência aqui ponho, aqui votado Fica este livro - confissão sincera Da alma que a ti voou e em ti só espera.
Minha proposta, ao criar este espaço, é conviver com pessoas que, como eu, apreciam e se nutrem na boa arte. Juntar, a cada sessão de postagens, um artista plástico e um poeta, emoldurados por uma música envolvente, é uma forma de estimular os sentidos. Todos os dias precisamos nos alimentar e descansar. A arte nos ajuda nisso e refina nosso espírito. Sou filósofa por formação acadêmica e me agrada muito a estética da arte. A Fada do Mar Suave, como título, é uma personagem que me permite ficar no mundo dos sonhos, e não precisa ser relacionada com a imagem física de uma pessoa.
A Fada do Mar Suave circula pelo Orkut há bem uns dez anos e este blog surgiu em janeiro de 2009. Formalmente, o site WWW.fadadomarsuave.com.br se encarrega de sustentar o registro legal do nome e, de forma prática, reendereça todos os visitantes para este blog, http://fadasuave.blogspot.com . Não tenho equipe, trabalho sozinha e quem quiser fazer qualquer observação, é só deixar mensagem.
Agradeço aos artistas e poetas, que autorizam nossas postagens.
Com amor,
Fada do Mar Suave
São Paulo, SP, Brasil
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