“A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam.”
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Auguste Rodin
Durante o nosso percurso existencial, a maior de todas as tarefas, “tornar-se o que se é”, é invertida pela moral através do “tornar-se o que os outros querem”. Tornar-se o que a moral quer é tornar-se uma ovelha obediente, que abandona a si mesma para honrar os seus compromissos com o social. E qual social? O dos parasitas. Diz Nietzsche: “Olhando em torno com maior cuidado, descobri que existe o mesmo infortúnio para um grande número de jovens”. Jovens que nem se deram conta de que não há caminho a seguir, a não ser o caminho construído pela vida singular. Estão distantes, cada vez mais distantes do Não do leão. E quando, em raros momentos, essa vida atinge um certo grau de regeneração (o que é perigoso para os moralistas), ela é novamente amputada... É importante salientarmos o que Nietzsche diz a respeito do valor da sua doença: ela o libertou lentamente... Ter paciência, conhecer o nosso próprio tempo – assim podemos romper lentamente com o processo de obediência ao poder para obedecermos a potência. Nesse processo de crescimento espiritual, o que antes era considerado extremamente indispensável, perde o encanto – tornou-se inteiramente dispensável diante da tarefa... A vontade de potência expande-se para além daquilo que anteriormente tinha alguma função. É assim também com o organismo:
“Mesmo no interior de cada organismo não é diferente: a cada crescimento essencial do todo muda também o ‘sentido’ dos órgãos individuais – em certas circunstâncias a sua ruína parcial, a sua diminuição em número (pela destruição dos componentes intermediários, por exemplo) pode ser um signo de crescente força e perfeição [...] A magnitude de um ‘avanço’, inclusive, se mede pela massa daquilo que teve de lhe ser sacrificado.”148
Insistir em manter alguma coisa que já está seca e que não pode dar mais nada é um evidente sintoma de definhamento do conjunto de uma vida (uma sociedade assim corrompe-se...). Saber desprezar é um ato de amor...Manter-se em devir ativo é o lema nietzschiano. Por isso é importante recordarmos a seguinte frase de Nietzsche: “Mas que tome consciência do que é que lhe dá o mais alto sentimento, e não receie nenhum meio! Isso vale a eternidade!” Podemos, então, começar pelas seguintes questões: o que nos faz sentir? Onde é que está a intensidade? Quais são os alimentos que nos tornam mais aptos a desenvolvermos uma atividade que nos dá prazer? Qual é o melhor ambiente para essa ou aquela atividade? Quais as companhias que não são mais úteis para o nosso crescimento?... Ativar a nossa sensibilidade para o que é estranho e desprezado por todos, pode ser um princípio básico para o cultivo da nossa singularidade.
Minha proposta, ao criar este espaço, é conviver com pessoas que, como eu, apreciam e se nutrem na boa arte. Juntar, a cada sessão de postagens, um artista plástico e um poeta, emoldurados por uma música envolvente, é uma forma de estimular os sentidos. Todos os dias precisamos nos alimentar e descansar. A arte nos ajuda nisso e refina nosso espírito. Sou filósofa por formação acadêmica e me agrada muito a estética da arte. A Fada do Mar Suave, como título, é uma personagem que me permite ficar no mundo dos sonhos, e não precisa ser relacionada com a imagem física de uma pessoa.
A Fada do Mar Suave circula pelo Orkut há bem uns dez anos e este blog surgiu em janeiro de 2009. Formalmente, o site WWW.fadadomarsuave.com.br se encarrega de sustentar o registro legal do nome e, de forma prática, reendereça todos os visitantes para este blog, http://fadasuave.blogspot.com . Não tenho equipe, trabalho sozinha e quem quiser fazer qualquer observação, é só deixar mensagem.
Agradeço aos artistas e poetas, que autorizam nossas postagens.
Com amor,
Fada do Mar Suave
São Paulo, SP, Brasil
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