Santiago Ribeiro

Viagem
Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar.
Miguel Torga
Santiago Ribeiro

José Manuel Santiago Ribeiro é natural de Coimbra. Divide a sua infância e juventude entre o meio rural e religioso da Vila de Condeixa, onde morava, e uma cidade acadêmica laica, vanguardista, revolucionária, onde estudava na Escola Avelar Brotero e na qual finalizou o curso técnico de Artes e Ofícios. Em 2007, ingressou na Escola Superior de Educação de Coimbra. Organizou e participou em diversas exposições individuais e coletivas por todo o País, encontrando-se a sua obra representada em diversas coleções particulares, estando também representado na coleção de Arte Contemporânea do Museu Nacional Machado de Castro e na Fundação Bissaya Barreto, em Coimbra.
http://santiagoribeiropainting.blogspot.com/2009/04/santiago-ribeiro-solo-exhibition-april.html
http://santiagoribeiro.ning.com/


Voz Ativa
Canta, poeta, canta!
Violenta o silêncio conformado.
Cega com outra luz a luz do dia.
Desassossega o mundo sossegado.
Ensina a cada alma a sua rebeldia.
Miguel Torga