Claude Verlinde






Amor entre estrelas / por O.Heinze

Que impiedosa sina
minha doce sereia
tu não podes ser menina.
E eu então?
Nunca me farei tritão
sou alguém das areias.

Mas enquanto de madrugada
as naus descansam seus mastros
nas areias ficam marcadas
o encontro de teus rastros
com minhas novas pegadas

e ali nos amamos tanto
sob um céu de puro encanto
que a noite parece eterna
mas ao ficarmos sozinhos
você sonha em ter pernas
e eu em ser golfinho.

E igual a gaivota que mergulha
desejosa de se tornar mar
e o mar que explode e borbulha
contra a pedra na ânsia de voar

também ousamos mergulhar
na carne um do outro
tentando nossas almas juntar
transformando nós... Noutro.




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