Restauradora
A morte é limpa.
Cruel mas limpa.
Com seus aventais de linho
-- Fâmula -- esfrega as vidraças.
Tem punhos ágeis e esponjas.
Abre as janelas, o ar precipita-se
Inaugural para dentro das salas.
Havia impressões digitais nos móveis,
Grãos de poeira no interstício das fechaduras.
Porém tudo voltou a ser como antes da carne
E sua desordem.
Henriqueta Lisboa
(In: BANDEIRA, Manuel. Apresentação da poesia
brasileira. Edições de Ouro. s/d.)
http://br.geocities.com/edterranova/henriquetapoe.htm
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