Menina engaiolada.
Você sabe, né,
da menina engaiolada
que perdeu de si o centro
que concerne à realidade.
Agarrada ao seu bichinho
que a protege de si mesma,
fecha os olhos, se recolhe,
se encolhe ao coração.
Fantasia a liberdade
de um barquinho de papel,
foge ao largo, busca o fundo,
num mergulho escuridão,
que perdido, errou o rumo,
foi ao céu...o barquinho de papel.
E voou em pensamento
no lugar do passarinho
que a acompanha de mansinho
lá de fora da gaiola.
Num colinho transcendente,
que a aconchega com o olhar,
Traz-lhe a paz de uma paisagem
que ficou em outra estória,
na memória,
Sabe-se lá...
Sabe-se lá...
Sabe-se lá...
Gaiô
http://recantodasletras.uol.com.br/autores/cidagaiofatto
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