NÃO SE CANSE
Não se canse, minha cara desconhecida,
Pois não abandonou Macunaíma
E nem seus dentes em fotos de perfil.
Aguarde o acalanto das manhãs,
Roube seu beijo na cara dos covardes,
Alimente seu corpo com esperança rubra.
Não se canse, minha cara desconhecida,
Não há lugar para o cansaço quando apenas iniciou a andar,
não se curve, e nem perca as oportunidades das estradas,
Sorria pedindo água e beba suas tertúlias
de quem nasceu com os pecados de quaresma.
Não se canse, minha cara desconhecida,
saiba do valor e do sabor do futuro,
Das árvores que não pedem licença para crescer no natal,
E nem das medíocres traições em seu entorno.
Goze com a esperança dos vencidos
E se deleite com as metáforas de Mário de Andrade.
Não se canse, minha cara desconhecida!
Levante e ande...
E lute para descansar de suas futuras rugas de desilusões...
Éric Meireles de Andrade
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