Por partes eu não vou
Vamos pelo todo
Pelo todo não desejo ir
Vamos por onde?
Temos que ter por onde ir?
Por quê não?
Não é melhor a insegurança?
Por que ter medo dela?
Vamos viver
Deixar a chuva banhar o medo,
Levar a esperança, lavar a perseverança, respingar a temperança
O sol nos observará e secará
Então deixe os cabelos livres, não há porque penteá-los
Vamos colocar os pés no chão
Sentir a terra
O cheiro da chuva
Amar a lua
Fazer sexo com o sol
Vamos nos trabalhar, beijar, abraçar, apertar os corpos
Vamos viver a vida, sem cobranças, mandos, desmandos e perfídia
Vamos viver, tatear, tocar, sugar, lembrar de tudo e do tempo que não passa
Antes que a morte e a velhice nos batam à porta e nos leve para o todo ou para as partes.
Poesia publicada no livro BARROS, Lúcio Alves de & VILELA, Antônio Henrique. Das emoções frágeis e efêmeras. Belo Horizonte: Ed. ASA, 2006.
2 comentários:
Minha querida Fada...
Estou encantada com o clima que você trouxe pra este mágico espaço...de novo...Primeiro esta música arrebatadora onde embalei tantos sonhos...Este é o universo que eu queria ...acabo me vestindo em poesia...Vontade de delicadezas sonhadas, idealizadas nesta Arte visual belíssima, plenificada na palavra poética e sensível do Lucio...tão melancólico e despido de tanta...nem sei...Me emociono, com vontade de chorar diante do Belo...que vontade de por vocês no colo, embalá-los...Obrigada pela oferta de estrelas...Beijos.
Gaiô.
"Por sabedoria entendo a arte
de tornar a vida mais agradável
e feliz possível"
Arthur Schopenhauer
Parabéns pela beleza do blog. União feliz da poesia, plástica e música onde encontramos a perfeição.
Postar um comentário