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Estrela da manhã



Minha estrela da manhã é macia
Tão branquinha que parece um ursinho panda na bacia
Lábios macios como espuma do mar

Quando se aproxima de mim vem como o luar
Se ajeita tanto que fico sem ar
E respiro fundo, pois sua força é solar

Ela é toda fofa e linda
Cheia de curvas torneadas na qual encontro uma bela pinta
E sempre me lembra o algodão doce que desejo mesmo depois dos trinta

Dois algodões e duas montanhas que segura com firmeza
Pontiagudas e firmes... que beleza!
Olhando-me eles espantam minha tristeza

Minha estrela da manhã também é a da noite radiante
Mesmo no frio está quente e brilhante
Apesar do vento gelado e cortante

É tão firme no seu céu potente
Que me vejo a viajar em um horizonte inexistente
E perto da lua contente

A presença dela é forte
Sinto que tenho norte
E não temo mais a morte

Posso ser pouco e pequeno diante desta natureza
Confesso que já não vejo as coisas com tanta clareza
mas quem disse que amar rima com certeza?

Minha estrela da manhã aparece à tarde
O seu corpo é uma arte
E peço a Deus que me dê forças para dela fazer parte.


Lúcio Alves de Barros

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