Gustav Klimt


vale um olhar
sem direção certa
acima do corpo
que jaz em quietude
no silêncio daquilo que só
desconheço
no sofrimento de querer
parar o tempo?

vale cindir-se em lágrimas
soluçar
arfar sem ar
salgada face
ressequida de almas
em disparate com vida
que escolhemos
viver?

vale a sombra que me devora
enquanto escrevo
sem alívio
metáforas nonsense
em impulsos
vícios que devora
vontades ?

(Dependência insana do absurdo que me esvai)

Construo castelos de areia ou flores varridas até para meu túmulo.

Ana Paula Perissé*


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