BRASÃO
Nasce do solo sono uma armadilha
das feras do irreal para as do ser
– Unicórnios investem contra o Rei.
Nasce do solo sono um facho fulvo
transfigurando a rosa e as armas lúcidas
do campo de harmonia que plantei.
Nasce do solo sono um sobressalto.
Nasce o guerreiro. A torre. Os amarelos
corcéis da fuga de ouro que implorei.
E nasce nu do sono um desafio.
Nasce um verso rampante, um brado, um solo
de lira santa e brava – minha lei
até que nasça a luz e tombe o sonho,
o monstro de aventura que eu amei.
Mário Faustino
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