Paul Delvaux







De Um e de Dois, de Todos




Sou o espectador o ator e o autor
Sou a mulher o marido e o filho
E o primeiro amor e o derradeiro amor
E o furtivo transeunte e o amor confundido


E de novo a mulher seu leito e seu vestido
E seus braços partilhados e o trabalho do homem
E seu prazer em flecha e a fêmea ondulação
Simples e dupla a carne nunca se exila



Pois onde começa um corpo ganho eu forma e
[consciência
E mesmo quando na morte um corpo se desfaz
Eu repouso em seu cadinho desposo o seu
[tormento
Sua infâmia me honra o coração e a vida.




Paul Eluard

Tradução de António Ramos Rosa






2 comentários:

Roberto Silva disse...

Que lindo! Como é bom conhecer coisas novas. muito bom ver uma arte como esta. Mulheres sensuais, tristes, solitárias. Obrigado pelas novidades.

Emerson - Rio de Janeiro disse...

Maravilha de arte! Belo, belo e belo Paul Delvaux. Não me canso de olhar estas imagens e as poesias bonitas demais.
Parabéns!!!!!!!