
O silêncio das pedras, aos pedaços, é discurso para reflexão.

Estou em lugar que desconheço; certezas não pegam trens

Preciso de imprecisão e de incertezas para começar a fazer sentido.

Quero distância de mim, quero-me apenas longe.

A poesia também se faz no interstício daquilo que já se foi ou do que nunca veio.

Desejo ser uma corrente elétrica de impulsos para sonhos.

Tenho medo de não ter valido a pena; deste resíduo faço alicerce de minha fuga de mim.

Vivo na iminência de escrever com um desespero de saber nada revelar. O que há de escritível em mim?

Preciso de perguntas que não me ofereçam respostas; então, me acalmo.

Soturno Libidinal
Nocturnos de mim
sombras de sonhos
pulsados
revelações longínquas
esconderijo de libido
a espreitar-se
em cada fresta
de célula bipartida
dualidades
dormem pescoços
acordam molares
Silêncio!
cada noite é uma pauta musical
orquestrada
por teu desejo
ora sóbrio
ora enterrado
no esquife
onde jaz tua vítima
ainda morna.
Ana Paula Perissé
2 comentários:
Uma obra maravilhosa, tudo infinitamente belo. Continue a divulgar estas maravilhas com teu admirável dom.
Parabéns!
Amei este magestoso lugar.
Acompanhar esta galeria de Anke Merzbach composto coma a poesia de Ana Paula Perissé é fascinante o que transforma este blog em excelência. Você é uma idealizadora fenomenal e faz as mais belas homenagens aos artistas neste espaço.
Congratulções.
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