Mas vem o amor, o amor que faz tão doce
o travo em que circula à flor do instante,
e entre resíduos vai como se fosse
suficiente, plácido e constante...
Mas se é amor é muito mais cortante
e em lâmina tão leve disfarçou-se
que por melhor alar seu golpe pôs
cintilações de ganho em cada instante.
E a alma se insurge, cobra a amor que abrande
seu ginete malsão tonto de posse,
esse peso de corpo que a alma torce
e não doma, esse breve, esse bastante
soluço da vontade no imperfeito —
mas a alma cede, a alma sucumbe ao peito...
Bruno Tolentino
Um comentário:
Espetacular, pura emoção seu blog. Parabéns, Fada do Mar.
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