O que eu adoro em ti,
Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.
E a beleza é triste.
Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e de incerteza.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua inteligência.
Não é teu espírito sutil,
Tão ágil e luminoso,
Ave solta no céu matinal da montanha.
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.
O que eu adoro em ti,
Não é a tua graça musical,
Sucessiva e renovada a cada momento,
Graça aérea como o teu próprio pensamento,
Graça que perturba e satisfaz.
O que eu adoro em ti,
Não é a mãe que perdi,
Não é a irmã que já perdi,
e meu pai.
O que adoro em tua natureza,
Não é o profundo instinto maternal
Em teu flanco aberto como uma ferida.
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.
O que eu adoro em ti - lastima-me e consola-me!
O que adoro em ti, é a vida.
Manuel Bandeira
8 comentários:
Que poesia linda! Tinha que ser do Bandeira, adoro este poeta..... abraços Fada.... abraços...
Fada,
Bandeira é meu poeta predileto.
Que bonito ficou ele sob essas obras..
Como sempre, perfeito.
bjos.w
Que poesia e que arte perfeitas!
Um artista e um poeta geniais. Deixaram marcas para a eternidade. Excelente!
Um artista e um poeta geniais. Deixaram marcas para a eternidade. Excelente!
Um artista e um poeta geniais. Deixaram marcas para a eternidade. Excelente!
Parabéns por momentos tão belos e expressivos que leva os visitantes a uma transcendência.
Madrigal melancólico é Divino!
E ficou mágico com esta arte em branco e preto...A-me-i-!!!!
Beijos, minha querida!
GaiÔ.
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