Willem Haenraets
SÚPLICA 
Olha para mim, amor, olha para mim; 
Meus olhos andam doidos por te olhar!  
Cega-me com o brilho de teus olhos 
Que cega ando eu há muito por te amar.  
O meu colo é arminho branco imaculado 
Duma brancura casta que entontece; 
Tua linda cabeça loira e bela 
Deita em meu colo, deita e adormece!  
Os meus braços são brancos como o linho 
Quando os cerro de leve, docemente...  
Oh! deixa-me prender-te e enlear-te 
Nessa cadeia assim eternamente! ...  
Vem para mim, amor... Ai não desprezes 
A minha adoração de escrava louca!  
Só te peço que deixes exalar 
Meu último suspiro na tua boca!... 
Florbela Espanca
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