Latifúndio
© Nathan de Castro
Quando no peito bate o som do avesso
de um verso torto e aflito, o meu perdido
poeta tolo aceita o tom, o excesso
e lança ao vento o canto arrependido.
Armado até os dentes, pago o preço
tão alto quanto as contas co’as quais lido
no dia-a-dia, pouco, onde me estresso,
para cumprir meu mundo sem sentido.
Consumo a dor, não perco a propaganda
e abraço as condições que me aliviam
do peso amargo e pobre dos meus dias...
Tudo é tão fácil... A música e a ciranda
do tempo são cruéis e sentenciam:
crédito aberto à morte e às fantasias.
http://sonetoserabiscos.blogspot.com/2006_09_01_archive.html
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