Bicho Tonto
© Nathan de Castro
O canto das cigarras orienta:
é tempo de escutar a primavera
e absorver o perfume que libera
o som, que nestas tardes me sustenta.
Também os meus amigos, loucos tontos,
besouros, aleluias e outros bichos,
voltaram a testar velhos caprichos:
zombar da paciência dos meus pontos.
Loucura? Quem diria, a noite é céptica!
Fecho a janela e apago a luz do quarto,
e estes insetos vestem meu retrato
de bicho tonto, torto e sem estética,
que tromba nas paredes desta vida,
em busca de algum conto de partida.
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