Paixão
© Nathan de Castro
Viver de saudade
é a morte confusa
de quem perde o chão,
e o sumo da tarde
balança e não cruza
co'o céu da razão.
O verso certeiro
traz na letra o cheiro
do olhar da ilusão,
e o encanto do nada
desperta a enxurrada
no vil coração.
Persigo a cidade
feliz, de onde a musa
escreve o verão.
A luz se me invade
e a noite recusa
a palavra: razão.
Somente o primeiro
amor é o certeiro
e o fiel da canção,
mas a verdadeira
paixão não tem eira,
nem sol, nem perdão.
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