Poema de Maiakovski
Fiz ranger as folhas de jornal abrindo-lhes
as pálpebras piscantes.
E logo, de cada fronteira distante,
subiu um cheiro de pólvora,
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos anos, nada de novo
há no rugir das tempestades.
Não estamos alegres, é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história é agitado.
As ameaças e as guerras,
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio, cortando-as
como uma quilha corta as ondas.
Vladimir Maiakovski