Sophie Gengembre Anderson






SEREIA




Canta-me!




Se me cantares
prometo,
com as mais ternas palavras
que eu puder recolher
no poço dos desejos,
jurar-te amor eterno.




Apenas canta-me,
porque encantado
já estou.





Oswaldo Antônio Begiato


Sophie Gengembre Anderson







AMOR INFINITO



Descobri, sentado em uma pedra na praia,
enquanto cúmplice o sol se punha,
que o horizonte foi concebido
para que céu e mar
pudessem se beijar na boca.



Oswaldo Antônio Begiato

Sophie Gengembre Anderson

Sophie Gengembre Anderson

Sophie Gengembre Anderson, artista britânica nascida em Paris em 1823. Se especializou em desenhos de crianças e mulheres ambientados em um ambiente rural. Onde estão vestidas de modo tradicional, em que incluía pequenas alusões a animais delicados, tais como mariposas ou pássaros, e a plantas e flores, conseguindo um efeito de grande lirismo. Sua obra se relaciona com o Prerrafaelismo.

Faleceu em 1903.

http://commons.wikimedia.org/wiki/Sophie_Gengembre_Anderson

http://arteninona.wordpress.com/2008/01/20/sophie-gengembre-anderson-francia-1823-1903/









TEATRO AMADOR



Tenho por máscaras
Um fascínio incontrolável.


Será que guardo
no meu mais profundo abismo
um desejo de teatro?


Ou será que a Verdade
amarga a minha imagem crua
e me mete medo?


O que quero eu revelar,
o que quero eu negar,
se a máscara que uso
é cópia fiel de meu rosto roto?



Oswaldo Antônio Begiato


Sophie Gengembre Anderson





DUAS PEQUENAS POESIAS



DIAMANTE




Mal sabes que quando, sem exigências
E com a alma cativa, entregas a mim
O corpo nu e cheio de oferecimentos
Transformo-me em diamante e multiplico as estrelas.


A noite se encanta toda.
- Sou dia! Pensa ela.

........................................................................
TEU SERVO



Do beijo primeiro que hoje me deste
depois de uma longa solidão,
quero guardar o espanto:
- O espanto grave,
com o qual minha boca se deixou perfumar.


Quero guardar o espanto absurdo
com o qual ele encarcerou minhas palavras.


Guardá-lo-ei fielmente
na imortalidade que agora me pertence.




Oswaldo Antônio Begiato