Fabian Perez
Abissal de tempo
e então
à beira de teu perfume que se esvai
aonde eu fico,
por Deus?
E o sol aparece
e se esconde
bailado cruel de luminosidades
e eu tenho medo
sem entender
o ritmo da vida
E a cada sopro
ou brisa
que me chega de ti
eu me alimento
e eu respiro
para logo em seguida
perder-me
neste caminho
que sempre foi o nosso
uma abissal de tempo
e de vozes
olho no olho
da pupila do mundo
em nós
Ana Paula Perissé
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Fabian Perez
FricçãoFeminina
Com quantas nuances se fazem
alma de 1 mulher?
algumas partículas de miudezas
enomes
bruxuleantes mas perenes
opacas e densas
de vida?
como um beijo que sopra ao longe
como o encontro de olhos distantes
como o sorriso esquivo que não se fez
como os ventos que sopram
e nos voam
ou como a luz que falta
nos escuros tênues de fantasias
vibrantes?
(esmero-me no silêncio que namora o abismo
fricção na ficção, janelas para ser)
Ana Paula Perissé
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Fabian Perez
Álea Perversa
aprendi como os rostos se despedaçam
em despedidas disformes
( inexistência de vida)
quem há de chorar
enquanto a voz triste
dos violinos
encanta 1 só alma
perdida ou despida
em álea perversa?
(aprendi como a vida lhe é indiferente)
Deste sonho negro
prefiro a vertigem de 1 abismo
a me rondar
( promessas de dança)
falésias aparentes de nada
a deitar meu pensamento
no ombro lúgubre
de quem nunca estive.
quem há de chorar por rastros desapegados
de suor?
Não! não sou eu esta mulher
distante
que sente
turvas feridas.
Ana Paula Perissé
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Fabian Perez
Simples Epifania Morena
num múrmurio de olhar
a dança da areia
em dunas brincantes
embriaguez de pó e vertigem
e foi quando soube
em efêmero momento
duradouro
que havia semente
de amor meu
naquela restinga
que conhecia os ventos
à maré cheia.
de hibiscus em camadas
rosadas.
( deste janeiro
guardo-te
1 só dia
de encontro
em maresia morena)
Ana Paula Perissé
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Fabian Perez
Fada verde
e que me venha
a ferida aberta
de um cálice de absintho
em rubras rachaduras
em minha pele
ressentida
enquanto os bêbados
lá fora
em performance imutável
contam
lascas de vidas
nômades
e minha alma
ah! Fada Verde
envenenai-me, te peço!
fazei-me dançar
em encantamento de serpentes
do outro lado
de um vidro estilhaçado.
Ana Paula Perissé
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Fabian Perez
Mimese
o deserto em minha face
tinha sal em cada instante
e um cheiro de maresia
vitrificada por olhos de forasteira
é ardente indício de querência
cansada de falar de mim
olho cada grão
que me deixa
detalhes de universo
impregnar-me
de saudades
saudades do branco
a descobrir-se
saudades do que fui
ou do que nunca serei
saudades de sonhos negros
anjos disformes
de um tipo que nunca se esquece
saudades do que é maior
mímeses de vidas
que se foram
todas.
( renascimentos aterradores de rosas)
o deserto em minha face
tinha sal em cada instante
e um cheiro de maresia
vitrificada por olhos de forasteira
é ardente indício de querência
cansada de falar de mim
olho cada grão
que me deixa
detalhes de universo
impregnar-me
de saudades
saudades do branco
a descobrir-se
saudades do que fui
ou do que nunca serei
saudades de sonhos negros
anjos disformes
de um tipo que nunca se esquece
saudades do que é maior
mímeses de vidas
que se foram
todas.
( renascimentos aterradores de rosas)
Ana Paula Perissé
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Fabian Perez
espaços de meia-noite
na imensidão do uno
há espaços de meia-noite
em cada semente
tem gente que entra
pessoas que ficam
de fora.
entre nesgas de mundos
portando senhas à meia-luz.
na imensidão do uno
há espaços de meia-noite
em cada semente
tem gente que entra
pessoas que ficam
de fora.
entre nesgas de mundos
portando senhas à meia-luz.
Ana Paula Perissé
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