Chris Achilleos
LEMBRANÇAS
A revolução
que nunca veio
segue adormecida
em um canto
amarelado de lembranças
Enquanto isso,
sonhamos
com a cadeira de balanço
no domingo
Roberto Queiroz
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DE DENTRO PARA FORA
As janelas mudam,
é claro
As nuvens passam,
diz o vento
A janela é uma TV,
de dentro para fora
E eu viro um personagem
de folhetim
Longe
Separado
da realidade
Por uma persiana
e uma grade
Roberto Queiroz
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NÃO É MAIS
A vida não é mais
como era antes
Eu não posso mais
como podia jovem
E nem faço mais
como fazia dantes
Mas tenho paz
como não tinha antes
E sinto força
onde não havia antes
Por aprender a buscar
No olhar de uma criança
que não havia antes
Roberto Queiroz
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Chris Achilleos
RELÓGIO
Por dentro do relógio
o tempo gira
mecanicamente
na velocidade modorrenta
dos ponteiros
Por fora do relógio
o tempo corre
desesperadamente
na velocidade alucinante
dos acontecimentos
Roberto Queiroz
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Chris Achilleos
SILÊNCIO
Na madrugada,
velha companheira
o silêncio me ensurdece
beirando a tristeza
e a sonolência
Os sons da consciência
me envolvem
como o barulho dos ponteiros
de um relógio
Roberto Queiroz
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Chris Achilleos
TEMPO
O teempo paaassa,
gritava o locutor
O tempo passa depressa, filho,
dizia meu pai
O tempo era ideal
Um tempo de ideais,
bem antes
Do tempo de descrença,
na maturidade
Bom tempo
Tempo bom, mínima 18
máxima 24...
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Chris Achilleos
Repouso noturno
Sonhante sonhâmbulo
Soniferrado no décimo andar
Sonhitenso do dia passado
Corrido arrastado
Goticulando minuto a minuto
O repouso noturno.
Roberto Queiroz
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Passado Desfocado
A expressão de um passado
Está fria, distante
no pensamento
Que deixou e não traz
de volta
A sensação cortante
De um desejo assumido
e não saciado,
Da espera nervosa
de um aceno,
Multiplicado em mil imagens
De um caleidoscópio desfocado
pela salmoura de lágrimas
pelo sorriso amarelo
pelo sopro embaciante
Da proximidade,
quebrando meu espelho.
Roberto Queiroz
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Ai, Que Saco!
Saudade pela metade
Socorro sonâmbulo
Preâmbulo da brincadeira
De matar o vizinho
Só porque
O nariz dele é diferente.
Pô, meu
Qual é a tua
Ó valoroso cavaleiro
De armaduras hollywoodianas
A desfraldar bandeiras
Rasgasdas e incolores.
Isso é uma farsa teatral
Da qual de marionete
Não passas.
Meu sarro?
Ora, meu sarro.
Meu sarro é rir
Rir de farsas
Farsas pretensas
Pretensas batalhas
Batalhas sem causa
Causa perdida
Perdida alma que vaga por aí
Pisando em teus sapatos
Levando sopapos
Batendo seus papos
Ai, que saco!
Requiescant in pace
Que um dia serás tão fétido
Quando o húmus de onde nasce
A flor que gostarias te cobrisse
Como resto de teus passos.
Roberto Queiroz
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