Marc Chagall





Penas de Poesia


© Nathan de Castro





Não gosto de poucas palavras.
Sou a essência dos excessos.
Não reconheço a paixão sem a explosão dos beijos.
Vez por outra, acredito em atração fatal.
Eu, que já morri de amor por tantas vezes,
às vezes,
penso que o amor é coisa de outro mundo.
Disseram-me que paixão é pecado:
luxúria.
Não existe perdão para um poeta!
Somente a anistia para os versos de gaveta.
O amanhã?... Quem sabe, outro poema?
Palavras, palavras, palavras! A madrugada é nossa
e veste os trajes das flores de abril.

As noites de outono me dizem tantas letras que penso
que todos os versos só brotam na estação
de folhas secas.
O amanhã guarda o silêncio das canções.
Poesia?... Sim.
Amanheceu novo dia.
Lá fora os pássaros voam num bailado feliz de poesia.
Trinados, trinados, trinados!



Meus pássaros têm somente penas de poesia.


Palavras, palavras, palavras!





Marc Chagall








O Meu Amor

© Nathan de Castro




O meu amor tem mechas de poesia
que saltam sobre as telas da canção
e quando toco as mãos, a sinfonia
dos beijos toca as harpas da paixão.

O meu amor tem sol na melodia
que salta dos seus olhos, e a emoção
da rouca voz que sabe a sintonia
da paz, após o encanto da explosão.


O meu amor é coisa antiga e é coisa
nova.
Vem de outros tempos e ora poisa
no meu silêncio e invade a alma poeta.

O meu amor é a Estrela que me chama,
acende a chama e em versos se declama...
Soneto da paixão que me completa!


Nathan de Castro

Uberlândia : Minas Gerais : Brasil

Poeta e escritor

http://sonetoserabiscos.blogspot.com/





Marc Chagall





Flor da Poesia


© Nathan de Castro





“Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!"
Flor da poesia azul da madrugada,
tristeza das manhãs sem passarada,
mistério da paixão que me tortura.

Vem ver o sol nascer, sente a textura
da brisa ousando beijos na galhada,
e escuta o som da doce revoada
dos pássaros, cantores da ventura!

Vem ver o rio, os peixes, a campina,
provar do mato verde que ilumina
os versos do poema que se espalha...

O tempo passa, e o tempo nos ensina
que a hora do carrasco nunca falha:
“Perde-se a vida, ganha-se a batalha!”