Julie Heffernan






Soneto da fidelidade


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Moraes


Um comentário:

Arlete Felfeli disse...

Esta é uma das minhas poesias favoritas de Vinícius, mas também... de quem não é , né?
Vinícius era de uma sensibilidade à flor-da-Pele.
Tanta emoção!
Grande Poeta!
Vinícius de Moraes é sempre muito bom para nossos corações!
Beijosssssss
Arlete Felfeli