LUCAS KANDL






BRASÃO

Nasce do solo sono uma armadilha

das feras do irreal para as do ser

– Unicórnios investem contra o Rei.

Nasce do solo sono um facho fulvo

transfigurando a rosa e as armas lúcidas

do campo de harmonia que plantei.

Nasce do solo sono um sobressalto.

Nasce o guerreiro. A torre. Os amarelos

corcéis da fuga de ouro que implorei.

E nasce nu do sono um desafio.

Nasce um verso rampante, um brado, um solo

de lira santa e brava – minha lei

até que nasça a luz e tombe o sonho,

o monstro de aventura que eu amei.

Mário Faustino

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