Soledad Fernández







os fogos da fala


a fala aflora à flor da boca
às vezes como fogos de artifício
fulguração contra os terrores do silêncio

só espada espavento espelho
ou pedra ficção arremessada
ou canção pra cantar as graças
as virilhas as maravilhas da amada
a deusa idolatrada de amor:
essa outra voz quase jazz
que subjaz ventríloqua de si mesma

viva sempre a paixão que me consome
sempre paixão a que me consome viva
paixão a que me consome sempre viva
sempre viva a paixão que me consome
que me consome sempre a paixão viva
que sempre a paixão viva me consome


Geraldo Carneiro

2 comentários:

Anônimo disse...

Lindo demais!!! Amei!

Lilás disse...

Quanta paixão e quanta beleza!!!