Bellor






Camus foi meu pior entusiasmo,
Claudel minha melhor desilusão,
Rimbaud a minha própria confusão
e Baudelaire o meu primeiro orgasmo.
Mallarmé me deixava um tanto pasmo,
mas fiz minha primeira comunhão
com Bernanos, achando Gide um asno,
Proust o gênio perverso da emoção
e Sartre um ressentido. Mauriac
me dava sustos, mas foi Julien Green
quem me tirou do sério e pôs o spleen
do inefável em mim; tive um ataque
quando li Mont Cinère e Leviathan,
minhas flores do mal para amanhã...



Bruno Tolentino

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