Edgar Mendoza Mancillas







Movimento


Se tu és a égua de âmbar 
eu sou o caminho de sangue 
Se tu és o primeiro nevão 
eu sou quem acende a fogueira da madrugada 
Se tu és a torre da noite 
eu sou o cravo ardendo em tua fronte 
Se tu és a maré matutina 
eu sou o grito do primeiro pássaro 
Se tu és a cesta de laranjas 
eu sou o punhal de sol 
Se tu és o altar de pedra 
eu sou a mão sacrílega 
Se tu és a terra deitada 
eu sou a cana verde 
Se tu és o salto do vento 
eu sou o fogo oculto 
Se tu és a boca da água 
eu sou a boca do musgo 
Se tu és o bosque das nuvens 
eu sou o machado que as corta 
Se tu és a cidade profunda 
eu sou a chuva da consagração 
Se tu és a montanha amarela 
eu sou os braços vermelhos do líquen 
Se tu és o sol que se levanta 
eu sou o caminho de sangue 


Octavio Paz,
in "Salamandra" 
Tradução de Luis Pignatelli

2 comentários:

Marleninha Castilho disse...

SEM COMENTARIOS . ESSE POEMA È DE UM LIRISMO .....ME LEVOU A UMA VIAGEM KINDISSIMA ....CONSTRUÇÃO DE FRASES PRECIOSAS . PORABENS AO POETA ..... "PARABENS" A FADINHA QUE SEMPRE NOS PROPORCIONA RIQUEZA PROFUNDAS .MUITO BEM ESCOLHIDO .ESTOU EM ESTADO DE GRATA COMO QUE LI AQUI .BJS SEMPRE ......M*

Fada do Mar Suave disse...

Edgar Mendonza Mancillas agradeço a autorização para postar sua arte no Blog. A galeria brilhou com suas telas e ficamos sensibilizados com a força de sua arte. Você é um artista amado por todos e a união de suas telas com a poesia de Octavio Paz ficou divina.
Amigos que vieram prestigiar esta página e aqui deixou seu depoimento agradeço de coração e voltem que sempre terá uma boa surpresa.
Abraços da Fada do Mar Suave.