Andrew Atroshenko



 

 

 

 


Para lá e para cá

Quando a vi descer
Andando sem ver
Caichinhos para lá
Caichinhos para cá

Era um leve amanhecer
Os cabelos, véu do rosto, tapavam os seus olhos a entristecer
E ela caminhava com caichinhos para lá
Caichinhos para cá

Não era possível perceber o soslaio
Então me contorci como um balaio
E ela menosprezando com caichinhos para lá
Caichinhos para cá

No seu constante e amável balançar
A felicidade me entorpeceu, com vontade de amar
Ela nem ligou com caichinhos para lá
Caichinhos para cá


Gostei da chuva que iniciou a pingar
E orei a São Pedro para ela olhar
Ela olhou para trás e, risonha, começou a balançar os caichinhos para lá
Caichinhos para cá

Meu coração começou a soprar
Minha alma a delirar ao vê-la em sua casa entrar
Caichinhos para lá
Caichinhos para cá



Lúcio Alves de Barros

Um comentário:

Lia Maira disse...

Este Blog está lindo!
A tua alma poética transborda sensibilidade e criatividade.
Andrew Astrohenko e Lúcio Alves de Barros me sensibilizaram. A música é divina e o conjunto das artes tocam os sentimentos.
Agradeço a beleza compartilhada!
Bom fim-de-semana
Um grande abraço Lia