Igor Kamenev









SEGREDO DE POLICHINELO


Frágil, tenho medo de que revele
O segredo que lhe deixei
Guardado dentro de nosso beijo.

Quebro-me fácil dentro de sua boca;
Meus pedaços lhe entrego, sem defesas.

No meio deles, os ruídos;
Nos ruídos, a sintonia;
Na sintonia, as semibreves,        
Nas semibreves, as sílabas;
Nas sílabas, as conjunções;
Nas conjunções, minha carne;
Na carne, o beijo irreversível;
No beijo, o segredo que lhe deixei.

Frágil, tenho medo de que o revele.


Oswaldo Antônio Begiato

Um comentário:

HELOISA AZINARI disse...

a sensibilidade de Begiato me encanta, da mesma forma que as pinturas de Igor me intrigam e me instigam.