Ricardo Celma




Quantas vezes li e ouvi que a arte estava morta, que uma pintura no cavalete não mais fazia sentido. Quantas vezes nós artistas, tentando seguir uma profissão e tentando reverenciar nossos professores, rejeitamos todas as novidades ou vanguardismos na arte? Mas, há algo mais inovador para a época em que vivemos este tipo de pintura? Em uma época onde tudo é voraz e vertiginoso, a arte força a contemplação. Em um tempo onde tudo é acelerado, a arte leva a respirar fundo e ter objetivos pensados com o tempo; agora que tudo é virtual, imaterial, a arte te faz sentir as texturas. Agora que a tecnologia avança esmagando tudo o que havia antes, a arte só precisa de um pedaço de carvão, como há 12.ooo atrás.
Talvez seja verdade, e o críticos tenham razão e talvez nós pintores sejamos apenas sombras de uma arte já morta, mas quando se sente essa necessidade de pegar um pincel e esquecer o mundo, seus problemas e medos e apenas se afundar em pensamentos que se transformam em cores e imagens, vou continuar a usufruir da pintura, antes que acabe...

Ricardo Celma.







Pequeninura do morto e do vivo


O morto
abre a terra: encontra um ventre

O vivo
abre a terra: descobre um seio

Mia Couto






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