Marc Chagall






Latifúndio


© Nathan de Castro




Quando no peito bate o som do avesso
de um verso torto e aflito, o meu perdido
poeta tolo aceita o tom, o excesso
e lança ao vento o canto arrependido.

Armado até os dentes, pago o preço
tão alto quanto as contas co’as quais lido
no dia-a-dia, pouco, onde me estresso,
para cumprir meu mundo sem sentido.


Consumo a dor, não perco a propaganda
e abraço as condições que me aliviam
do peso amargo e pobre dos meus dias...

Tudo é tão fácil... A música e a ciranda
do tempo são cruéis e sentenciam:
crédito aberto à morte e às fantasias.

http://sonetoserabiscos.blogspot.com/2006_09_01_archive.html




Nenhum comentário: