Bruno Di Maio










Ganhos, Outrora Perdas



Perdi-me muitas vezes por tentar.
A brisa que me afaga a fronte
desfez-se em maresias,
deixando-me nua em imensas tentativas.



Tentei dançar,
por hora, escrever.
Tentei, em vão, entender em nuances as cores do céu,
ao indagar-me o porquê do afastamento maldito.



Por vezes sonhei sonhos sonhados em alcovas felizes
onde ninfas de vozes macias
gritavam meu nome pela manhã que reluzia sem sombras.



Tentei escrever,



por hora, dançar.
Os movimentos que pulsam nas células de vida
Gotejam pérolas negras de frondoso ardor a percorrer-me a alma.



Perdendo-me, perdi-me, por vezes,
ao tentar descobrir que na escrita ou na dança, sou-me imatura.
Com receio do vívido frenesi de vida poética
Entrego-me, a ti, à Dionísio
para que, de tuas bacantes,
a embriaguez necessária do artista
faça valer em mim sua obra por sempre inacabada.



Ana Paula Perissé

Um comentário:

Alfredo Albino Honório M.G. disse...

Escrever, pintar, esculpir são artes que nos transformam em criaturas criadouras e isto é divino. Aqui encontramos nossa essência. Agradecimentos todos e a todos que aqui participam.

Alfredo