Bruno Di Maio









Imemoriais



Os tempos que se perpassam
como rastros em areia movediça
arrastam-me em pedaços
minhas frágeis asas quebradas.



O passado passa em direção ao futuro
que retrocede sem deixar marcas visíveis
e, do presente, amálgama de acasos, quero-te suave distância.



Avanços. Retrocessos.
Rumos. Perdas.
Novas nuances de ancestrais e pulsantes angústias.



Tempo que se esvai.
Tempo que se volta.
Tempo que se ri
e, que talvez, se chora.
Tempo que se perde,
como se Chronos se desconhecesse na aurora de meus tempos.



Rugas a mais.
Frestas abertas.
Duplos caminhos.
Ambivalências com sorte lançada.



Do trajeto para Pasárgada resta-me
um resto inquieto e desconhecido
em relicários macios de uma dúvida que não ainda se fez.



Ana Paula Perissé

Um comentário:

Breno Dias Amorin disse...

Amei esta poesia que deixou-me com a alma balançada. Amei esta poesta que é linda por sinal. Êxtase total.