Catherine Brooks









DO SUSTO NOSSO DE CADA DIA




O sentimento que me assusta voltou a incomodar
Toca-me como as lágrimas da chuva
O veneno do vento, o gosto da boca que beijei...


O sentimento assustador que me retirou o sono
Lembrou-me do pequenino beija-flor e da pedra solitária no jardim
Dos banhos de chuva quente no verão e dos carrinhos de rolimã do passado.


O sentimento assustador acordou-me do sono dogmático da razão
Jogou por terra minhas emoções e mostrou-me a humanidade
Na dureza da vida que me persegue, nos montes e sacos cheios de areia que carrego na vida, a leveza se fez presente e pensei na vida que perdi,

e na vida que tenho a ganhar.


Quanta ansiedade em um coração azul
Quanto medo no coração amarelo...
No jogo das cores do passado ando derrotado ante a impossibilidade de tocar a felicidade,
Sentir os dedos e beijar novamente os lábios que fortemente mordi.






Lúcio Alves de Barros

Publicado no Recanto das Letras em 22/10/2007
Código do texto: T704719



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