Eu, abaixo de sua linha da cintura, digo... eu sou o medo
Você, plantada na experiência, de uma longa vida, diz que sofreu
Eu, ainda cambaleante em meu triste corpo, digo que sangrei
Você, alinhada em seu perfil de estrela, afirma que chorou
Eu, mascarado em minha face de aço, saliento que me desmanchei em lágrimas
Você, ser sedento de paz e ternura, diz amar
Eu, impaciente e temeroso, digo ter dificuldades em entregar, arriscar e doar
Você, na intensidade de sua ansiedade, busca a felicidade
Eu, entregue às minhas eternas limitações, me apego à realidade.
Você, altiva e bonita, diz Sim e Não
Eu, cansado e sem esperanças, digo Não e Sim.
3 comentários:
Uma divina obra de arte onde é extraída a melhor substância da essência da vida, que é a arte e somente por ela a vida vale a pena ser vivida. A poesia, de Lucio Alves de Barros só me enriqueceu, uma música que mexe com nossa sensibilidade e instiga nossa inquietude. Parabéns querida Fada por fazer deste mundo mais belo e leve para se caminhar.
Está belíssimo, Fada!
A cada entrada, uma nova descoberta em vermelho...(sempre me assusta um pouco, por isso preciso dele...olhá-lo...curtí-lo...)
Tenho me surpreendido com esses artistas russos que traz...Vigorosos, livres, apaixonados...
Quanto ao poeta Lúcio, são todos tão reveladores de uma intensidade delicada, tímida, generosa de profundidade de alma...
Parabéns, Fada...Maravilhoso, como sempre...beijos.
Gaiô.
Bravíssimo!!! o que há de melhor na cultura. Sou um aprendiz do belo e adoro este lugar.
Fernando
Postar um comentário