Jean-Claude Desplanques


Jean-Claude Desplanques


Antigo aluno da escola de Belas Artes, Jean-Claude Desplanques se consagra na pintura depois de 1960. Nascido na Normandia em 1936, apaixonou-se pelo desenho com a idade de oito anos. Suas criaturas míticas, seus personagens misteriosos e sublimes nos mergulham em seu universo pictórico rico e fantástico, muitas vezes teatral, onde a beleza reina.







Canção do exílio


Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos do exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.


Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!


Murilo Mendes
In: MENDES, Murilo. Poesias, 1925/1955. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1959


Murilo Monteiro Mendes, nasceu dia 13 de maio de 1901, em Juiz Fora, Minas Gerais. Aos nove anos diz ter tido uma revelação poética ao assistir a passagem do cometa Halley. Em 1917, uma nova revelação: fugiu do colégio em Niterói para assistir, no Rio de Janeiro, às apresentações do bailarino Nijinski. Muda-se definitivamente para o Rio em 1920. Os anos de 1924 a 1929 foram dedicados à formação cultural e à luta contra a instabilidade profissional. Foi arquivista no Ministério da Fazenda e funcionário do Banco Mercantil. Nesse período publica poemas em revistas modernistas como "Verde" e "Revista de Antropofagia". Seu primeiro livro, "Poemas", é publicado em 1930. É agraciado com o Prêmio Graça Aranha. Converte-se ao catolicismo em 1934. Torna-se inspetor de ensino em 1935. Em 1940, conhece Maria da Saudade Cortesão, com quem se casaria em 1947. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Faleceu, em Lisboa, Portugal, em 13 de agosto de 1975, e deixou inéditas várias obras.


Um comentário:

Sophia Fernandes disse...

Fada do Mar, Tão belo seu trabalho! Cada vez que entro aqui sinto o toque do etéreo e a suavidade das fadas.
Artes com imagens oníricas, transcendente, um colorido interessante e detalhes perfeitos. Sempre mexendo com nossa sensibilidade e instigando nossa alma. A poesia de música estão especiais e muito bonitas.