Igor Kamenev



Igor Kamenev


Em frente a seu computador, Igor Kamenev parece estar frente a um cavalete. Ele adora trabalhar na internet. A seu lado, um cavalete de verdade, pincéis e muita tinta, telas e espátulas, e pinturas inacabadas esperando sua vez. Pela janela de seu estúdio, que é também sua casa, pode-se ver a igreja favorita de Polenov, além das residências em Old Arbat. A famosa "Spaso-House" fica bem dobrando a esquina. Agora, é a residência do embaixador Americano, mas em outros tempos já foi um lugar onde Margarita, uma personagem do livro de Bulgakov, terminava seu vôo em uma vassoura.
- Você pode ficar indiferente a esta rua, principalmente se você é um artista? - Igor Kamenev inicia a conversa. – O Arbat é Monmartre em estilo Moscou. Sonhei por muito tempo em ter um apartamento aqui, mas só me mudei faz pouco tempo. Minha mãe viveu aqui até 1937 e você certamente entende porque ela precisou se mudar. 
Muitos de seus parentes passaram pelo GULAG. Dmitriy Dudko, avô do artista, não foi exceção. O próprio Igor, em sua juventude, sofreu pressão do regime, que nos tempos de Brezhnev assumiu vários disfarces: Igor Kamenev foi enviado por três vezes a hospitais de tratamento mental contra atividades dissidentes e por falar abertamente contra a arte oficial.
O nome do artista de vinte anos tornou-se famoso. Seu auto-retrato, que retrata uma pessoa cuja boca está tapada e os olhos pintados em vermelho, tornou-se símbolo do estado de espírito da União Soviética nos anos 70. A censura seguia cada passo seu e o artista só conseguia permissão para exibir seus trabalhos sob pressão da opinião pública, que não poderia ser ignorada pela polícia política de Brezhnev: os casos de Solzhenitsin e Sakharov já eram mais do que suficientes para eles. Em 1975 o Departamento de Estado americano enviou ao artista um convite para que se mudasse para os Estados Unidos. – Sem dúvida, fiquei lisongeado pela oferta, - relembra Kamenev, - mas eu não estava planejando viver nos States. Meus amigos e eu sempre desejamos trabalhar em nosso próprio país e acreditávamos em sua renascence. Como se pode ver, nós estávamos certos. E depois de tudo, não existe lugar melhor que o Arbat.








PEQUENA BIOGRAFIA

“SEM SOMBRAS


Ao meio dia
De um domingo
Prenhe de sol
E enamorado de outubro
Rompi espontâneo
Como um botão de rosa fêmea
Que nasce sem ser esperado.”

Nasci, sob o signo de escorpião,
em 26 de outubro do ano de 1.953,
na cidade de Mombuca,
um pequeno encanto
no canto interior
do Estado de São Paulo.

Menor que a cidade só eu mesmo.

Ainda pequeno vim para Jundiaí,
também São Paulo, Terra da Uva,
da qual experimentei o sabor do fruto
e jamais a deixei.

Nela me fiz advogado sem banca,
aposentado sem queixas
e onde perambulo até hoje,
buscando, perdidas nas sarjetas,
as palavras que me usam
para escrever poesias as quais publico aqui
e na internet de um modo geral,
além de ter participado com elas
de algumas Antologias pelo Brasil.
Em 1988, publiquei um livro de poesias,
sem muita importância e feito artesanalmente
em um mimeógrafo antigo,
chamado "O Menino".


Oswaldo Antônio Begiato

5 comentários:

Oswaldo Antônio Begiato disse...

Caríssima e Dileta Amiga Tereza,

Nem sei como descrever a emoção que toma conta de mim em ver minhas pequenas coisas ocupando um espaço assim tão precioso, e sendo lapidadas como jóias raras, sem ao menos eu saber se elas merecem, por suas mãos delicadas e gentis.

Obrigado.
Muito obrigado.
Mesmo.
Sempre.

abraços.w

Viviane Martinez disse...

Fada do Mar
GOSTO DEMAIS DE SEU TRABALHO ARTÍSTICO. AS MAIS BELAS MOSTRAS DE ARTES QUE PODERIA IMAGINAR. UM MUSEU DOS MAIS INTERESSANTES E AO NOSSO ALCANCE, QUE NOS LEVAM A LUGARES INUSITADOS E FANTÁSTICOS. AS POESIAS MEXEM COM NOSSOS SENTIMENTOS E AMÚSICA É EMOCIONANTE. PROFUNDAMENTE BELO!!!!

Alminha Iluminada disse...

Poeta Begiato, estou feliz em ler suas poesias com palavras marcantes e verdadeiras, fico sensibilizada com sua expressão. A fusão com a música e as imagens ficou arrebatador. Fada você esta de parabéns por criar este espaço que é único e precioso e peço que continue sendo sempre esta pessoa inspirada, criativa, culta e poética. Um grande abraço e muito sucesso, mais do que merecido!

julia guiran disse...

coisa mais linda fada. nos transporta ao surreal e ao real de autrora. menina, q adorava pegar a maria-fumaça, como era chamada, e se deslumbrar com a visão das casinhas, dos campos sem fim,o chacoalhar do trem, e avisão da cidadezinha Mombuca, com seus pés de pera d'agua, q adoro até hj e q ñ existem mais, a visita ao pequeno cemitério, pegar àgua do poço, morrer de medo, e aguar as flores dos túmulos...ñ entendia muito bem, mas tudo era mágico,, qdo o vento soprava...e claro visitar d. Emilia amiga da familia e a benzedeira do local...tenho certeza q o Oswaldo,conhece muito bem...adoerei, muito lindo.bjos e
muito grata...

Anônimo disse...

Parabéns! Este espaço é muito delicado, feito com o perfume de sua alma e tem todo o encantamento deste aroma maravilhoso.