Tomasz Rut
CONFESSIONAL
ainda não sei
como te ser
aquela
de teu desejo
passo a manhã
no azul
a trazer-me perdas
e ando atrás de mim
tocando sem muita vida
a trama de tessitura
macia.
abro tua mão
na minha
na vontade de entranhar-me
na tua
(anoitecer matinal prateado)
agarro o silêncio
com a fome
que me desperta
e corro para o céu
sem nuvens,
cores exíguas
ele está a me deixar
sem teto
é um salto
para a falta de chão.
(as estrelas povoam minha fantasia
de menina)
e eu fico assim
no espanto vivo
que me corrói.
Ana Paula Perissé
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