Tomasz Rut










EXISTENCIAL

ao redor não me vejo
percorro com chão de pés
descalços
à procura de um clarão

( eu cheguei a te conhecer?)

eu fiquei à tua beira
dentro de casulos
enluarados
tão distante entre-mundos

(porque aquilo que vejo
já não sinto
e aquilo que quero
já não mais percebo
e quando desperto
nada me chega
porque de tão sôfrega
aquilo que ouço é longe)

talvez não vai fazer sentido
mesmo quando a lua vai-se embora
e apaga a luz da noite

e eu fico assim
entre-mundos

                              
                      (quando foi que eu te disse que não ficaria?)

eu parti
como se partem pedaços
de gente
sem sinal à frente.

Ana Paula Perissé



3 comentários:

HELOISA AZINARI disse...

arte de Tomaz Rut, denota amor ardente e uma carencia lancinante, competada perfeitamente com a delicadeza dos versos de Perisse

Getúlio Augusto Franco disse...

Simplesmente delirante! Parabéns, poeta Ana Paula, artista Tomasz Rut e a você Fada do Mar, que como ninguém formata beleza e poesia! Bravo!!!

AC disse...

Sensibilidade, mas também muita procura, é o que eu respiro por aqui. E respira-se bem, diga-se.

Bj