Agnolo Bronzino




Finais de ano


Finais de ano são melancólicos
Neles retomamos lembranças,
Poesias, saudades.

Vamos catando os caquinhos que ficaram pelos meses
Juntamos um pouquinho a cada e de cada dia
E sempre sobra ou falta alguma coisa

Não deveria existir final de ano
Mães também não deveriam morrer
E a chuva nunca deve cair quando estamos na rua

Aos poucos percebemos que a vida é a finitude
Um caminhar constante para ela. Sem interrupções
Umas puxam aqui e ali e outras colocam coisa lá e acolá

Mas os finais de ano devem ser assim mesmo
Tal como a vida o tempo e o espaço têm o fim
E louvo aqueles que encontram alegrias nas festas

Acho tudo tão hipócrita, fingido, ostentatório e inútil
Uma obrigação de feliz repousa sobre ombros cansados
E não consigo ser solidário

Prefiro ser o "solitário", encerrado em minha companhia
É porque estou ficando velho como o velho do asilo
E, tal como o ano, vejo que o meu fim também se aproxima


Lúcio Alves de Barros

3 comentários:

Kátia Torres disse...

Poema verdadeiro, no entanto, neste ano sinto o Natal acontecer em mim, sinto promessas interiores brotando e a renovação atingindo o meu ser, contrariando o poeta.

Que Jesus possa, verdadeiramente, renascer em nossos corações.

Kátia,

in volta!

Alminha Iluminada disse...

Maravilhosa poesia! Realista e muito interessante. Obrigada Fada por ter apresentado poetas tão brilhantes para seus amigos.

Fada do Mar Suave disse...

Queridos amigos

Mais um ano que termina. Guardo no coração todos aqueles que fizeram parte da minha vida e, de alguma forma, tocaram minha alma. Registrei em minha memória cada momento alegre, cada lágrima, cada emoção que faz parte da vida, gravados no livro de nossa existência. Se problemas são inevitáveis, desejo que em 2012 continue sobrando espaço em nossos corações para a esperança, novos sonhos e a sensibilidade que nos causa emoção. E que a arte continue tornando nossas vidas sempre um pouco melhor.
Com amor
Fada do Mar Suave.