Bruno Di Maio






Ausência




tua
que se faz tão longa
ainda te procuro
em cada célula
minha, teu rastro de pai
avô
companheiro
de silêncios
que só hoje
em falta
os compreendo



(plenitude de significantes
paternos)



solidão de filha
que ficou com o tempo
nas mãos



com a falta maior
do que enterrei
em vida
sem me fazer
tua,
a tua filha.



( plena dignidade
ainda em mim
de ter-me feito
Ana
vinda de ti,
Thierry)




Ana Paula Perissé*


Um comentário:

Beatriz Lira disse...

Estava a procura das melhores poesias e do melhor nas artes e aqui encontrei a perfeição.
Adorei Ana Paula Perissé e Bruno Di Maio. Esta poesia Ausência tocou fundo.
Beijos