Kim Simonsson
















Corpo em partes




Vida e corpo que se parte em mil
Pedaços estilhaçados vou catando como um cego dentro e fora do meu ser
Ser, viver e sofrer
É o que foi permitido.




Vida e corpo que se parte em mil
Sinto-lhe dentro e fora de mim como se uma parte fosse levada e outra deixada
Uma boca gigante tomou conta do meu estômago
É o que não foi permitido.



Vida e corpo que se parte em mil
Algo estranho arranha o meu cérebro amarelo
E uma faca enorme e pontiaguda entrou pela minha nuca
É o que não permite hoje eu andar.



Vida e corpo que se parte em mil
Novamente sigo tateante procurando no chão lágrimas de sangue como se fossem moedas
E uma enorme pedra se fixou em meu fígado verde
É o que não me deixa em sossego.



Vida e corpo que se parte em mil
Já não mais ando e arrasto os meus pés pretos e pesados
Meus joelhos há tempos já não funcionam
É o que no momento permite ainda sentir-me vivo.



Lúcio Alves de Barros


Um comentário:

Fada do Mar Suave disse...

A você Lúcio Alves de Barros

O meu agradecimento por ser um parceiro neste espaço. Um parceiro que brilha e compartilha conosco seus mais belos e emocionantes escritos. A cada poesia postada um novo sentimento invade minha alma e deixa-me feliz ao saber que você é meu amigo.
Bom, sua presença é obrigatória e necessária, continue poetando a vida para nosso enriquecimento cultural.
Com muito carinho e amor.


Kim Simonsson

Trazer suas esculturas para este espaço foi maravilhoso, pois a intensidade da expressão de cada uma delas falou e disse por você e por todos que pensam o mundo.
Agradeço a você por partilhar conosco seu talento e suas maravilhas de obras de artes. Um abraço e esperamos por uma mostra sua aqui em nosso país.

Fada do Mar Suave

A todos que nos honraram com suas presenças e aqueles que se dispuseram a deixar mensagens aos artistas, o meu muito obrigado, pois tudo aqui foi feito com muito carinho para vocês.

Voltem Sempre!