Kim Simonsson









Corre! Corre!




E lá vem ela.
Ando mais rápido,
Conto os passos,
1, 2, 3, 4, 5... perdi as contas,
Conto de novo, passo um, dois, três..
Estou rápido
Ela me toca uma, duas, três, perdi as contas novamente,
Aperto os passos,
Começo a correr,
Novamente ela me atinge, uma, duas e perdi as contas
Lá vem ela
Me pega de jeito
Vou cambaleante
Uma barata tonta
Uma pulga pulando entre pessoas e poças de água preta
O asfalto está aceso
Vejo fumaça
Meus óculos embaçaram e lá vem ela de novo
Me molha em meio as marquises
Uma velha chata parou em minha frente com uma sobrinha
Molhada o animal de dentes de aço entrou pelas minhas narinas e quase caio
Ia mandar a velha para a... mas me culpei
A jovem “dona do mundo” também não fechou a sobrinha
Para que diabos servem as marquises?
Carros buzinam
A cortina de água aumenta a olhos vistos
Já não mais se respeita o sinal
Tiro os óculos
Limpo e limpo, mas ela me pegou de uma vez
As marquises me enganaram
Os bípedes humanos não respeitam nem um pobre sujeito míope e tonto com tanta água
E que - em instantes - foi atacado pela chuva que chegou e molhou até (o) a (cu) cueca.




Lúcio Alves de Barros

***


Lúcio Alves de Barros

Belo Horizonte/MG – Brasil

* Lúcio Alves de Barros é licenciado e bacharel em Ciências Sociais pela UFJF, mestre em Sociologia e doutor em Ciências Humanas: Sociologia e Política pela UFMG. É autor do livro “Fordismo: origens e metamorfoses”. Piracicaba, SP: Ed. UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba), 2004, organizador do livro “Polícia em Movimento”. Belo Horizonte: Ed. ASPRA, 2006, co-autor do livro de poesias, “Das emoções frágeis e efêmeras”. Belo Horizonte: Ed. ASA, 2006 e organizador da obra “Mulher, política e sociedade”. Brumadinho: Ed. ASA, 2009.

Lúcio Alves de Barros

Publicado no Recanto das Letras em 13/09/2009
Código do texto: T1808312

3 comentários:

José Antonio Marques disse...

Fada do Mar Suave

Kim Simonsson, impressionou pelo espaço pictórico onde podemos visualizar além de sua técnica o equilíbrio, sensibilidade, realismo, pureza, autenticidade. Um encantamento de peças tão delicadas e com expressão tão forte que instiga o contemplador. As poesias de Lucio são fortes, densas e cheia de beleza de quem realmente sabe poetar a vida. Gostei muito e achei especial esta página. Parabéns!
José Antonio Marques

Fada do Mar Suave disse...

Tempos de Angústia

Querida Fada
Em tempos de angústia no qual me encontro sem teto
Não tenho como agradecer o carinho, o respeito e a amizade
Aliás, acho que posso
com minhas lágrimas e mais lágrimas que escorrem em meu rosto feio
e que aumentam em sal quando vejo o que fez por mim
uma taquicardia gostosa e voraz toma meu pequeno coração de pão
e minha retina, sempre seca e míope, com o carinho parece que vai rasgar
A cada poesia que vejo, com a música que toca e com a arte maravailhosa que a acompanha
sinto o seu abraço no vento
a possibilidade do equilíbrio
e a mão mansa e doce que faz sem pedir
A Fada é um presente que veio em mim
Veio para mim
É certo que procurei e encontrei
Se Deus existe, Ele está nela
e a cada movimento que faz para minha felicidade
sinto uma enomre vontade de continauar a estar sempre vivo.

Lágrimas de agradecimento e Abraços de paz

Lúcio (28 de outubro de 2009)

Fada do Mar Suave disse...
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