Giorgio De Chirico





Sofro de Juventude



Eu sofro de juventude

Essa coisa maldita,
Que quando tá quase pronta
Desmorona e se frita.
Negar a boca do pai
Para eu mesmo descobrir
Desesperar-me de medo
Perante cada segredo.
O meu pai, o diretor
E o doutor juiz,
Juiz, juiz
Me jogaram neste poço
E onde eu ouço
Ouço ouço ouço
Em doçuras e torturas
Em pleno gozo
Gozo
O urubu que no seu pouso
Me prepara e me separa
Do caroço
Osso osso osso
E me veste
Com a peste
Para a festa do colosso
Do colosso, do colosso, ô, ô.


Tom Zé

Nenhum comentário: