Édouard Manet







BRINDE


Nada, esta espuma, virgem verso 
A não designar mais que a copa; 
Ao longe se afoga uma tropa 
De sereias vária ao inverso. 

Navegamos, ó meus fraternos 
Amigos, eu já sobre a popa 
Vós a proa em pompa que topa 
A onda de raios e de invernos; 

Uma embriaguez me faz arauto, 
Sem medo ao jogo do mar alto, 
Para erguer, de pé, este brinde 

Solitude, recife, estrela 
A não importa o que há no fim de 
um branco afã de nossa vela


Stéphane Mallarmé
Tradução: Augusto de Campos

Um comentário:

Luciana Miranda disse...

Fada, Esta poesia é lindinha e com esta arte deixa qualquer um comovido. Amo ficar aqui de madrugada. Beijokas encantadas